A vida ficou toda cor de rosa, azul, dourada...maravilhosa!
Pouco sei da minha infância, talvez eu tenha fugido de meus donos, talvez eles tenham me abandonado. Sei que senti muita fome, que tinha muitas pulgas e muitos carrapatos. Provavelmente passava o dia todo caminhando, farejando cada canto que me parecia familiar e claro, tomando banho de mar. Talvez, também tenha me metido em muitas encrencas, pois quando conheci minha atual dona e amiga, a primeira coisa que fiz foi dar uma boa rosnada.
Lá estava eu, farejando, farejando quando ela apareceu toda cheirosa e falou comigo. Humm, au,au,au... Achei-a do bem, mas pelo sim pelo não, rosnei feio e fui bem valentão. Para a minha decepção ela virou as costas e foi embora, sumiu resmungando, nem insistiu em me conquistar, fiquei parado, extasiado, apaixonado, imobilizado e todos os “ados” que existe nesse mundo.
Gostei... Arrependi-me muito disso, fiquei ali, na esperança que ela voltasse, sentindo ainda aquele cheiro gostoso, todo molenga com o coração partido.
Demorou muito, mas muito mesmo, passou uma noite toda e todos que chegavam naquele portão eu afinava meu faro e nada, ela não aparecia. Arranjei um cantinho para me esconder e fiquei na espreita, o sol já ia alto, quando ela chegou, cheirosa como sempre... Que felicidade!
Fui correndo, abanando minha cauda, cheguei bem pertinho e ela se lembrou de mim.
Fiquei meio desconfiado quando ela me convidou para segui-la, fui... Caminhei bem comportado e curioso cheirando tudo que podia para não perder a referencia.
Era um edifício grande com elevador, mesmo assim fui indo até chegar naquele espaço pequeno onde morava um gato. Muito bem, gostei daquela cheirosa, ou melhor, fiquei apaixonado e também do gato.
Farejei a casa toda, demarquei alguns lugares para garantir meu espaço, acho que ela me ofereceu água e comida, não lembro só sei que fui parar num lugar onde me deram banho, depilaram todo o meu corpo, tiraram meus carrapatos, minhas pulgas e fizeram-me tomar vários remédios que chamavam de vacinas e vermífugos. Não preciso ficar aqui detalhando que estava ficando cada vez mais bonito e saudável, cachorrinho de madame,ah, mas isso eu não ia aceitar, quer dizer, não ia aceitar muito, só um pouquinho porque junto vinha algumas mordomias que eu amo, andar de carro na janela, ir para praia brincar, tomar banho de mar, fazer trilhas, andar de barco, correr, latir, dar umas fugidinhas, provocar alguns cachorros da vizinhança, ganhar um colinho, carinhos, comer a comida do gato e por ai vai. O problema era quando eu ficava trancado naquela casa o dia todo sem poder olhar a rua, ela tinha que ir trabalhar e só tinha o gato de companhia. Eu chorava o dia todo, latia e gania e foi assim que ela resolveu mudar para uma casa lá no morro, junto ao mar para não enlouquecer os visinhos do edifício e principalmente para não ter que pagar uma baita multa pelo barulho que eu fazia.
Foi com essa mudança residencial que ela passou a ser minha mama jazz de verdade, me entreguei de vez e também arrebatei o coração dela.
Vista lá do terraço, atrás dessas árvores estava o mar.
Lindo final de tarde, na casa nova. huaummmm!
Esqueci de contar que na nova casa fiz vários amigos, pois eram várias casas em um terreno. Eu adorava fazer cocô na frente da casa do senhoril, então eu fugia para rua, ia passear, tipo fazer o básico para não perder a forma, como implicar com os cachorros da vizinhança, demarcar alguns espaços, rosnar para algumas pessoas, essas coisas...
Mas o cocô, era presente para a esposa do senhoril.
Comendo a comida da Mia...Só para variar o sabor é claro!
CASTIGO
Observem meu olhar de conformado, sou o máximo!
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